aos convidados, Irmandade, Fábrica da Igreja e demais comunidade de fiéis presente
Meu caro, Dom Jorge Ortiga, Arcebispo de Braga e Primaz das Espanhas,
Ex.mos Senhores representantes das diferentes instituições públicas, privadas e religiosas, Ex.mos Senhores representantes do movimento Associativo, comunidade de fiéis que semanalmente marca a sua presença, nesta Eucaristia Estatutária da Irmandade do Mártir São Vicente, Minhas Senhoras e Meus Senhores.
Antes de tudo mais, em nome da Irmandade que represento, a todos sem excepção, o nosso reconhecido obrigado pela anuência ao convite formulado.
Encontramo-nos hoje aqui, na primeira celebração eucarística, no âmbito do programa da Romaria do Mártir São Vicente, santo protector e advogado das doenças das crianças, nomeadamente a varíola - actualmente dada como erradicada do território nacional -, popularmente conhecida por “doença das bexigas”.
Convirá lembrar contudo, que o programa dito profano - tão profano, que até se realizou dentro desta igreja -, teve o seu início com a 64ª edição (excepcional) dos “Serões no Burgo/Tertúlias Rusgueiras”, que teve por tema: “Romaria do Mártir São Vicente - lembranças para memória futura” e, terminará na próxima terça-feira, dia 22, às 19H.00, com a Missa Solene em honra do Mártir São Vicente, padroeiro da paróquia e respectiva freguesia.
Em tempos conturbados e desavindos, mercê de uma conjuntura sócio económica nacional - cujo “rodizio democrático”, saído do pós 25 de Abril nos conduziu a este fosso, de muito complicada e difícil saída, e, como se não bastasse, da comunidade internacional (Troika), as supostas “ajudas financeiras” chegam-nos sob forma de presentes envenenados -, perante este quadro negro, as crianças indefesas, serão por ventura, as primeiras vítimas a tombar.
Daí que, os pais, tios, avôs ou outros familiares, quando rumam hoje ao nosso Santo Padroeiro, oriundos das diferentes partes do nosso concelho e não só, não só vem pedir a protecção contra as “maleitas bexigosas”, mas, sobretudo, a protecção da sua integridade física e mental (e quantas culpas aqui não temos), a protecção contra a violência - quer seja fora ou dentro de portas -, mais gritante ainda, uma realidade nua e crua que revolta, pedir um simples pão para matar a fome aos seus.
Nesta perspectiva, e porque nos referimos ao “templo maior” que são as crianças, seria criminoso em linguagem judicial e, “pecado mortal” aos olhos de Deus, disponibilizar mais de meio milhão de euros, valores estimados, que não dispomos de todo, numa intervenção em património edificado, mesmo que, classificado como imóvel de interesse público desde 1986. Daí, a necessidade de conjugar esforços e sinergias de todas as partes interessadas, no sentido de encontrarmos a melhor solução.
Meu caro Dom Jorge, irmão em Cristo, conhecendo-me muito bem a raça, sabe que não poderia, nem deveria deixar passar a circunstância, sem que abafasse esta minha inquietação, indignação e revolta.
Pedi a intercessão do Espírito Santo para a narrativa. Olhe…,!? Foi o que saiu.
Disse.
São Vicente de Braga, 20 de Janeiro de 2013
O Juiz Presidente da Irmandade do Mártir São Vicente de Braga
José Ribeiro Pinto
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