Rua S. Vicente em Braga, surge, no ano de 2012, Ano de Regenerar Braga. Primeiro as pessoas,o respeito e a preservação da memória colectiva do povo,as suas vivências diárias, salvaguardar e valorizar essa herança que nos foi deixada pelos nossos antepassados. (Defender o Património Cultural de um Povo...é garantir, mais do que o seu presente, o seu futuro, o seu alimento.- Ademar Ferreira dos Santos, 1982 in ASPA35)
sexta-feira, 21 de março de 2014
A IGREJA PAROQUIAL DE SÃO VICENTE - Partilha do saber de Luís Dias Costa.
Partilha do saber de Luís Dias Costa em Memórias de Braga(Face).
A IGREJA PAROQUIAL DE SÃO VICENTE
PASSEANDO POR BRAGA
A IGREJA PAROQUIAL DE SÃO VICENTE
Ao cimo da rua de São Vicente, que principia no Largo dos Penedos, encontra-se o templo paroquial desta freguesia, com uma fachada que data da reconstrução levada a efeito em 1691. Exuberantemente trabalhada, apresentando ainda uns resquícios do traçado maneirista, mas já numa transição para o barroco. Assim «sobre o traçado maneirista» (Frontaria lisa sem avanços), foram sobrepostos elementos barrocos, como grinaldas, laçaria de rolwerk, enrolamentos copiados da talha barroca que se estava a impor graças aos artistas entalhadores que estavam a receber a influência das gravuras que lhes chegavam do centro da Europa.
No seu interior são de destacar as paredes inteiramente forradas de azulejo, azulejo que, o do altar-mor parece ser do século XVII-XVIII, enquanto o do corpo da igreja é muito mais tardio, da última metade do século XIX. Descrevem-nos esses painéis a vida e martírio do Santo Patrono - São Vicente.
Notável a talha tanto a do altar-mor como a dos altares colaterais. São do puro barroco primitivo nacional, com enfeites e colunas torsas. Alguns dos principais artistas entalhadores e arquitectos bracarenses aqui trabalharam sendo de destacar André Soares e Carlos Amarante.
Interessante, e como pormenor curioso, tem esta igreja três representações da cena de São João a baptizar Cristo - uma está na fachada, outra está na moldura do lado direito do Arco Cruzeiro e finalmente a última no fecho do arco do altar-mor, sobre a tribuna. Várias imagens incluindo a do patrono sobressaem nos altares.
Na sacristia, uma valiosa inscrição epigráfica visigótica prova-nos que na era de seiscentos já se usava a terminologia que hoje se utiliza para dar nomes aos dias da semana, usança que se deve, provavelmente, à cristianização dos bárbaros pelo bispo São Martinho de Dume, que arredou dos costumes tudo que tinha influência pagã, não só como no caso dos dias da semana, como ainda, e de resto, se usa na vizinha Espanha.
É também de chamar a atenção para a Torre sineira característica da arquitectura religiosa bracarense, que por economia deixou de apresentar torres na fachada e passou a colocá-las nas traseiras do altar-mor.
Saindo da igreja de São Vicente, penetramos na
RUA DR. DOMINGOS SOARES
onde vamos encontrar a mole imensa do Liceu Sá de Miranda, antigo colégio dos Padres do Espírito Santo que passou para a posse do Estado, logo após a implantação da república.
Estamos agora no
LARGO DE INFIAS
Placa ajardinada em que se pode ver o busto do bracarense Dr. Domingos Pereira, homenagem prestada pelos republicanos de Braga ao ilustre concidadão que foi Presidente do Ministério e exerceu vários cargos públicos logo após a implantação do regime republicano, tem sido o Presidente da Comissão Administrativa da Câmara de Braga, na Republica.
Braga,21 de Março de 2014
LUÍS COSTA
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