Na Praça Alexandre Herculano, conhecida como Largo dos
Penedos, a regeneração avançou, inicialmente, na Rua de S. Vicente, por onde
passava a Via Nova e retirou o trânsito automóvel desta
artéria, aproveitando para compor as canalizações ali existentes. Precisamente
neste local, a propósito de canalizações, surgiram as condutas de pedra do
sistema de abastecimento de água das Sete Fontes. Ora, sabendo que as Sete
Fontes são hoje Monumento Nacional, este achado é uma extensão desse monumento
que, uma vez que a rua ficará inibida de trânsito, poderia e deveria ser
musealizado. Numa altura em que os comerciantes e moradores veem com receio a
retirada do trânsito automóvel, muitos destes sugeriram que a conduta de água
fosse tratada e colocada à fruição pública, como ponto histórico de atração
turístico, que convidasse bracarenses, turistas e outros curiosos a conhecer um
pouco da História da Água, da profissão dos “agueiros”, dos sistemas
construtivos de proteção às condutas e à qualidade da água.
A JovemCoop apresentou ao Sr. Presidente da Junta de
Freguesia de S. Vicente um documento que apontava a necessidade e as mais
valias para se proceder à musealização. Sabemos que o documento foi entregue
nos serviços camarários para se proceder a uma avaliação.
Ora, o nosso espanto foi descobrir pelos órgãos de
comunicação social que a CMB não irá proceder a qualquer musealização desta
conduta (lembramos que a intervenção ainda vai no início e que ainda há um
enorme troço de canalizações históricas dali até ao largo dos Penedos que podia
ficar visível e musealizada) e que não recebe lições de preservação do
património de ninguém. Além da clara falta de cultura democrática, aquilo que a
CMB se deveria orgulhar é precisamente pela cidade e os cidadãos contribuírem
com ideias, pois mal está a cidade em que os cidadãos não participam e que os
executivos políticos vivem fechados sobre si e sobre as suas ideias.
Além de que é um claro contrassenso, em ano de Capital
Europeia da Juventude, que as instituições do projeto ligado à CMB apelem à
participação dos Jovens, apelem à cidadania, rubriquem no programa oficial
atividades como as que a JovemCoop tem vindo a desenvolver (nomeadamente Curso
da História da Cidade de Braga, Caminhadas por vias romanas, percursos
interpretados pelo Barroco de Braga, desenvolvimento de sinalética
interpretativa para monumentos) e depois a autoridade máxima do executivo
afirma que não recebe lições de ninguém. Não são lições, são contributos e
partilhas.
Extracto da crónica,
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